15 de abr. de 2015

Revisão cognitiva e consultoria de audiodescrição são diferenciais na Comunicação de Acessibilidade



Viabilizar o desenvolvimento e a produção de recursos inclusivos, na Comunicação de Acessibilidade, para permitir o acesso ao conteúdo exibido pelos meios de comunicação e de cultura, nas suas mais diferentes manifestações, às pessoas com deficiência visual, auditiva e intelectual, tem sido um trabalho cada vez mais recorrente no mercado brasileiro. 


Agências, produtoras e empresas dos mais diferentes segmentos têm buscado esses recursos para ampliar a efetividade das suas marcas, produtos e serviços a um público ávido por informações assertivas. 


Entretanto, os recursos inclusivos não só exigem especialização e conhecimento por parte dos seus desenvolvedores, como também precisam ser avaliados quanto à eficiência e qualidade. 


Porque tão importante quanto viabilizá-los, é apresentar um conteúdo que comunique com riqueza de informações e detalhes, permitindo a desejada autonomia.


Por isso, antes de detalhar o que é a revisão cognitiva de audiodescrição, Mauricio Santana, diretor da Iguale Comunicação de Acessibilidade, explica para quais recursos a revisão é fundamental para a excelência do produto final. 


São eles: a Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), as Legendas Open Caption e Closed Caption, a Audiodescrição e a Acessibilidade Web


Tanto a Libras quanto as legendas atendem as necessidade das pessoas com deficiência auditiva. Já a Audiodescrição, que compreende a tradução audiovisual intersemiótica (do visual para o verbal) de cenas e outros elementos de uma obra audiovisual, é feita para a pessoa com deficiência visual e intelectual


E a Acessibilidade Web, por sua vez, atende a todos os públicos, já que providenciar uma programação diferenciada para portais e websites pode oferecer uma experiência ainda mais rica, tanto na usabilidade quanto na navegabilidade dos mesmos.


E para que todos estes recursos atendam a contento o público para o qual se destinam, a revisão cognitiva é fundamental. Como explica Paulo Augusto Colaço Monte Alegre, consultor e revisor cognitivo de audiodescrição da Iguale, além da revisão gramatical e de estilo literário, entre outros elementos relacionados à linguagem, a revisão de audiodescrição considera o ponto de vista da pessoa com deficiência visual, ao respeitar uma série de aspectos. 


“Uma pessoa com visão normal pode imaginar que tais explicações são claras para um deficiente visual, quando não são, especialmente dada a diversidade de tipos de deficiência visual e idades que ocorrem, perfis culturais e educacionais, dentre outros fatores", esclarece.


Monte Alegre, que é cego e que profissionalmente especializou-se como consultor e revisor de recursos inclusivos, explica que o profissional desta área, especialmente o revisor de audiodescrição, deve conhecer a diversidade do público com deficiência visual. 


Deve considerar as pessoas com baixa visão, as que perderam a visão e possuem memória das cores, as diferentes formações educacionais e assim por diante. Deve também ter formação cultural adequada ao conteúdo revisto. 


Conhecer cinema se revisa um filme; conhecer Literatura se revisa ilustrações de uma obra literária; conhecer temas das Ciências Exatas se revisa gráficos, organogramas, e assim por diante. 


É preciso ainda ter habilidades para o uso de linguagens sintéticas, sem ambiguidades e de estilo afinado à obra original.


Quando questionado sobre a principal diferença entre um projeto com revisão e outro que não possui, Monte Alegre afirma que o sem revisão tende a ignorar uma infinidade de detalhes que geralmente só são perceptíveis por alguém que conhece a deficiência visual na experiência cotidiana: nas atividades diárias, na escola, no trabalho, nos momentos de lazer, no contato com diversas mídias, entre outras.

 
Monte Alegre conta ainda que quase todos os tipos de projetos que envolvem informação visual podem ser descritos, como por exemplo, as imagens em produtos audiovisuais, fotos, desenhos, pinturas, esculturas, obras arquitetônicas em livros, revistas, ou em espaços expositivos. 


Uma das principais carências de audiodescrição e outras adaptações acessíveis é, hoje, segundo o especialista, nos materiais didáticos para crianças, jovens e adultos.


No mercado desde 2008, como empresa pioneira em Comunicação de Acessibilidade no país, a Iguale revisa criteriosamente cada um dos projetos dos seus clientes. 


Entre os mais recentes, Monte Alegre destaca a "biografia musical" retratando a vida e a obra da cantora Elis Regina para o espetáculo Elis O Musical. 


“Foi um trabalho importante e desafiador, porque a obra possuía elementos cênicos muito diversos, como dança, representações de programas de televisão, e por isso exigiu que a audiodescrição fosse ainda mais sintética para não atrapalhar a experiência musical da plateia e não suprimir informações essenciais”, relata. 


Outro trabalho prazeroso para a equipe da Iguale foi a aplicação dos recursos acessíveis no material da campanha Incluir Brincando, produzido pela TV Cultura e Vila Sésamo. 


“Inclusivo, divertido e que também exigiu enorme poder de síntese”, ressalta o revisor.


 Fonte: Rede Saci


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